Sucessor do Parnasianismo, o Modernismo é considerado um evento importante no rumo dos acontecimentos na história da arte brasileira. Sendo um movimento na primeira metade do século XX, entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial — momento de grande tensão política em escala mundial — o Modernismo era composto por inúmeras formas de pensar, podendo, em muitos casos, ser divergente e até mesmo conflitantes.
Seguindo a tendência que já havia estourado na Europa, o senso comum da época era concordar com o fato que a cultura tradicional precisava ser reinventada, logo, a tendência modernista era buscar métodos não ortodoxos, visando quebrar padrões. Em resumo, suas características envolviam rebeldia, aversão ao estilo acadêmico e culto ao nacionalismo.
No Brasil, o Modernismo vinha com o final da República Velha (1889 – 1930) e o início da Era Vargas (1930 – 1945), sendo dividido em três fases distintas, que juntas ocorreram entre 1922 e 1978. Era uma época que a sociedade buscava sua própria identidade.
Alguns autores de destaque são:
- Clarice Lispector;
- Ferreira Gullar;
- Graciliano Ramos;
- Carlos Drummond de Andrade;
- Fernando Pessoa.
História e origem do modernismo
Apesar de ser comum pensar que o Modernismo começou na Semana da Arte Moderna, em São Paulo, no ano de 1922, seu “estopim” seria, na verdade, no ano de 1917, com a exposição de pintura da artista Anita Malfatti.
A então ruptura do movimento seria na Semana de Arte Moderna, em 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, composto por uma série de eventos musicais, plásticos e literários. Para muitos estudiosos, o evento é o marco do modernismo nacional. Após a Semana da Arte Moderna, o Brasil teve, na política, as eleições presidenciais e a fundação do PC (Partido Comunista).
![Imagem da obra "O Farol de Monhegan", ano 1915 de Anita Malfatti na exposição que marcou o início do Modernismo no Brasil.A imagem mostra um farol no alto de um morro e árvores e pequenas casas a sua volta.](https://www.materiasescolares.com.br/wp-content/uploads/2024/01/o-farol-de-monhegan-1915.webp)
A princípio, o movimento era dito como predominantemente paulista, devido as constantes transformações que a cidade sofria, seja pelo fluxo de imigrantes — principalmente europeus — para suprir a demanda de mão de obra no setor agrícola; seja pelo crescimento constante da indústria, gerando um acumulo de capital maior que a Capital Federal, na época era o Rio de Janeiro.
Tal transformação econômica implicava na ascensão da burguesia industrial, crescimento do proletariado e das classes médias em formação. Esse cenário proporciona o contato artístico direto com a Europa, sendo importado para o Brasil e adequando-se a realidade local.
Além desses, outros fatores como a descoberta da Teoria da Relatividade de Einstein, Teoria Psicanalítica de Freud e a descoberta de tecnologias como telefone, avião, cinema e a eletricidade exigiam da sociedade artística uma nova perspectiva.
O fato é que a exposição de Arte Moderna da Anita Malfatti, em 1917, ser considerado um marco no modernismo, pois o foi somente nesse momento que o público se torna mais receptivo a ideia do movimento. A própria Anita, após chegar de uma viagem de estudos em Berlim, não teve grande recepção pública de outra exposição feita anteriormente.
Com a fundação do Partido Democrático por Mário de Andrade, em 1925, era visível os reflexos da Primeira Guerra Mundial na sociedade brasileira. O país buscava se reinventar, seja politicamente ou socialmente, logo, o Modernismo veio como ferramenta para reforçar a identidade brasileira, fugindo das amarras estéticas rígidas propostas pelas normas acadêmicas.
Principais características do Modernismo
No geral, estas são as características mais marcantes do Modernismo:
Rompimento com os padrões
Como já citado, o Modernismo vem para quebrar os padrões antigos, como Parnasianismo e o Simbolismo. Na literatura, vê-se um sentimento aflorado de liberdade, com uso de uma linguagem simples e informal;
Influência de opiniões
Por ser um movimento bastante envolvido com a política, era comum que os artistas colocassem suas opiniões nas obras, principalmente na segunda fase;
![A imagem mostra a obra "Artesão" de Vicente do Rego Monteiro.A obra mostra um artesão com chapéu rosa, camisa regata verde, cinto marrom, calça azul, está descalço e sentado entre jarros feito de barros.](https://www.materiasescolares.com.br/wp-content/uploads/2024/01/vicente-do-rego-monteiro-e-sua-obra-artesao-1.webp)
Características próprias do Modernismo no Brasil
O senso de humor, a crítica sobre o cotidiano brasileiro e a busca constante por liberdade nas formas de criação e expressão eram marcas próprias do país, destoando do movimento Europeu.
A crítica social também estava presente na literatura, visto em obras como:
- Manifesto da Poesia Pau-Brasil (de Oswaldo de Andrade);
- Manifesto Antropófago;
- Livro Casa Grande;
- Senzala;
![Imagem que mostra um recorte sobre o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, Oswald de Andrade, 1924.](https://www.materiasescolares.com.br/wp-content/uploads/2024/01/manifesto-pau-brasil.webp)
Uso de curvas e ondulações
Essa característica está mais focada na arquitetura e na pintura modernista. No Brasil especificamente, o arquiteto Oscar Niemeyer é um famoso representante da arquitetura.
![Foto do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) - inaugurado em 1996, por Oscar.](https://www.materiasescolares.com.br/wp-content/uploads/2024/01/museu-de-arte-contemporanea-de-niteroi-mac-inaugurado-em-1996-por-oscar-niemeyer.webp)
Pré-Modernismo
O pré-modernismo não tem características que a consideraria um movimento artístico, sendo encarado, portanto, como uma fase que ocorre nas primeiras décadas até 1922. Servindo como ponte para unir conceitos vistos no Parnasianismo, Simbolismo, Realismo e Naturalismo.
Sua característica marcante era o seguimento da forma e do estilo, porém com um inconformismo perante suas próprias consciências dos aspectos políticos e sociais.
Momento histórico
A Europa está se preparando para a Primeira Guerra Mundial. Já no Brasil, o país começa a viver a “República do café com leite”, com a posse do paulista Prudente de Morais, em 1894.
O sudeste brasileiro vivia um auge da economia cafeeira; a Amazônia era visada pelo ciclo da borracha; um grande número de imigrantes europeus vem ao país em busca de mão de obra; por fim São Paulo começa a ser urbanizada.
Nesse cenário de conflito, temos várias revoltas que marcam o território brasileiro, como:
- Revolta da vacina;
- Revolta da chibata;
- Revolta de Canudos,
Nesse cenário, os artistas buscam linguagem simples, buscando acesso para as classes mais baixas da sociedade para mostrar sua visão da realidade brasileira.
Apesar de ser considerada apenas uma fase e não uma escola literária, o Pré-Modernismo apresenta caraterísticas fortes, com estilos por muitas vezes antagônicas.
Algumas de suas características são:
- Mesmo conservadores, apresentam uma ruptura com o academismo;
- Ligação e denúncia da realidade brasileira, visto antes no Realismo e Naturalismo;
- Negação com a linguagem parnasiana;
- O regionalismo: voltado ao sertão nordestino;
- Temas políticos, econômicos e sociais;
- Linguagem mais simples.
Autores Pré-Modernistas
Os autores a seguir demonstravam em suas obras tendências conservadoras, contudo, com um posicionamento mais crítico perante à sociedade e as escolas literárias anteriores.
São eles:
- Euclides da Cunha (1866 – 1909): autor de “Os Sertões”, em 1902. A obra em questão é regionalista, retratando a vida do sertanejo. Com seu estilo barroco, o autor também publicou “Guerra de Canudos”, entre 1896 e 1897;
- Graça Aranha (1868 – 1931): um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e organizador da Semana da Arte Moderna. Sua obra de destaque é a “Canaã”, publicada em 1902, retratando a migração alemã até o Espírito Santo;
- Monteiro Lobato (1882 – 1948): escritor mais influente do século XX, sua obra mais conhecida é a série de livros “Sítio do Pica-pau Amarelo”, do qual passou recentemente por uma atualização após apontar termos de cunho racista nas obras;
- Lima Barreto (1881 – 1992): escritor e jornalista brasileiro, conhecido por criticar o positivismo e o nacionalismo exagerado. Sua obra de destaque está “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, considerado um dos maiores clássicos da literatura do período, onde há o retrato de injustiças sociais e o universo político;
- Augusto dos Anjos (1884 – 1914): conhecido como “poeta da morte”, trata de temas inquietantes e sombrios. Sendo o ocupante da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras, escreveu uma única obra, denominada “Eu”, em 1902, contendo poemas e poesias chocantes que retratam a visão pessimista do autor. Dentre elas, o poema mais celebrado do autor intitula-se “Versos Íntimos”.
Fases do Modernismo no Brasil
Primeira fase do modernismo (1922 – 1930)
Chamada também de “fase heroica”, ela se estende de 1922 até 1930. Até então, a literatura brasileira era grandemente influenciada pelas escolas europeias, tendo o Parnasianismo como escola literária vigente. A grande característica dessa primeira fase era o rompimento com qualquer base cultural que não fosse nacional.
Algumas das principais características da primeira fase do Modernismo são:
- Críticas ao nacionalismo exagerado;
- Valorização do cotidiano;
- Resgate às raízes culturais brasileiras;
- Renovação artística e linguística;
- Ironia e sarcasmo;
- Cunho anárquico e destruidor;
- Renovação da linguagem;
- Ir contra as academias literárias;
- Versos livres e brancos.
Os artistas de maior destaque na primeira fase foram compostos por:
- Mário de Andrade (1893 – 1945);
- Oswaldo de Andrade (1890 – 1954);
- Menotti Del Picchia (1892 – 1988);
- Tarsila do Amaral (1886 – 1973);
- Anita Malfatti (1889 – 1964).
Vale ressaltar que esses artistas estudaram na Europa e trouxeram inovações para o Brasil.
Outros autores de destaque são:
- Manuel Bandeira (1886 – 1968);
- Graça Aranha (1868 – 1931);
- Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959);
- Di Cavalcanti (1897 – 1976);
- Alcântara Machado (1901 – 1970).
![A imagem mostra a obra "Abaporu" de autora do Modernismo no Brasil, Tarsila do Amaral.A imagem mostra um fundo azul, um sol amarelo, um mandacaru verde e uma pessoa deformada e na cor amarela, com mãos e pés gigantes e cabeça e tronco mais finos.](https://www.materiasescolares.com.br/wp-content/uploads/2024/01/obra-abaporu-de-tarsila-do-amaral-1928.webp)
Segunda fase do modernismo (1930 – 1945)
A década de 1930 foi um momento difícil em relação à economia e a sociedade. No mundo, ocorria a Segunda Guerra Mundial. Enquanto isso, no Brasil ocorria a Revolução de 1930, a Revolução Constitucionalista de 1932 da Era Vargas e o fim da política “Café com leite”.
Ainda no contexto histórico, o Brasil entra no “Estado Novo”, regime ditatorial que dura 8 anos. Devido a esse cenário, a prosa e a poesia entram com peso nessa fase do Modernismo, abordando temas sociais, políticos e a realidade da sociedade brasileira.
As características mais proeminentes da “Geração 30”, também conhecida como a Segunda Fase do Modernismo, são:
- Reflexão sobre o sentido da vida;
- Fé contra desilusão;
- Contexto sociopolítico;
- Liberdade na linguagem;
- Realismo;
- Foco no mundo contemporâneo.
Devido ao foco na prosa e poesia, os autores da Segunda Fase são divididos nesses dois grupos:
Prosa de 1930
Graciliano Ramos (1892 – 1953): nordestino, escreveu sobre as injustiças cometidas pelo Estado Novo e sua experiência na prisão em sua obra chamada “Memórias do Cárcere”. Além disso, escreveu sobre a realidade do povo sertanejo nordestino na obra “Vidas Secas”.
![A imagem mostra a capa da primeira edição da obra "Vidas Secas" de Graciliano Ramos.Na imagem da capa do livro "Vidas Secas" tem um homem com chapéu de cangaço, sentado em um tronco de árvore seca, segurando uma espingarda na mão direita.Ao fundo tem uma arvore sem folhas e montanhas.Além disso, a capa tem o nome do livro "Vidas Secas" e do autor Graciliano Ramos. A capa é na cor terracota.](https://www.materiasescolares.com.br/wp-content/uploads/2024/01/capa-da-primeira-edicao-da-obra-vidas-secas-de-graciliano-ramos.webp)
Rachel de Queiroz (1910 – 2003): cearense, foi a primeira mulher que fez parte da Academia Brasileira de Letras. Escreveu sua obra mais famosa “O Quinze” em 1930, que retrata a seca que assolou o nordeste do país. Anos após a publicação da sua obra, foi presa sob acusação de comunismo;
Jorge Amado (1912 – 2001): autor das obras “País do Carnaval”, “Tieta do Agreste” e “Capitães de Areia”. O Baiano fez parte da Academia Brasileira de Letras. Em 1936 foi preso por comunismo.
Poesia de 1930
Murilo Mendes (1901 – 1975): considerado um dos primeiros poetas da segunda etapa do movimento modernista, era notória uma grande influência do surrealismo europeu em suas obras. O autor também abordava temas com cunho religioso;
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987): autor do poema “No Meio do Caminho”, publicado na Revista da Antropofagia, em 1928. Suas obras foram reproduzidas mundialmente para retratar a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria;
Cecília Meireles (1901 – 1964): maior poetisa, suas obras tinham aspecto mais introspectivo. Autora de poemas como “Motivo”, “Lua adversa” e “Canção”.
Terceira fase do modernismo (1945 – 1980)
Vale observar que o final da Terceira Fase é controverso, pois alguns estudiosos afirmam que a fase teria acabado em 1960, outros já afirmam que está vigente até a atualidade.
No cenário mundial, há o fim da Segunda Guerra Mundial — por consequência do nazismo, o início da Guerra Fria e a Corrida Armamentista. Além do fim da ditadura Vargas no Brasil, os escritores exploram de forma literária, seja em prosa e/ou poesia, novos conteúdos de maneira mais aprofundada. Há quem considere essa fase como Pós-Moderna, tendo em vista que os padrões estéticos criados em 1922 não são mais seguidos.
A seguir as peculiaridades da “Geração de 45”, conhecida como Terceira Geração do Modernismo:
- Academicismo;
- Passadismo e retorno ao passado;
- Oposição à liberdade formal;
- Experimentações artísticas (ficção experimental);
- Realismo fantástico (contos fantásticos);
- Retorno à forma poética (valorização da métrica e da rima);
- Influência do Parnasianismo e Simbolismo;
- Inovações linguísticas e metalinguagem;
- Regionalismo universal;
- Temática social e humana;
- Linguagem mais objetiva.
A prosa modernista na Terceira Fase é mais forte, sendo dividida por temática:
- Urbana: tem como principal característica sua ambientação nas cidades. A escritora de destaque é Lygia Fagundes Telles;
- Regionalista: retrata a vida agrária, com linguagem coloquial e regionalista. As obras de Guimarães Rosa são exemplos desse tipo de prosa;
- Intimista: prosa mais introspectiva, explora temas voltados à psique humano e mais subjetivo. Nessa estética destaca-se Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles.
Releituras do modernismo
É comumente visto releituras das prosas escritas no Modernismo, principalmente da Segunda e da Terceira Fase. A seguir, uma breve lista com algumas versões cinematográficas das obras:
Vidas Secas (1964)
Sob direção de Nelson Pereira dos Santos, a obra adaptada de Graciliano Ramos retrata uma família miserável que busca fugir do sertão nordestino e acaba sofrendo a crueldade humana e enfrenta as forças da natureza;
![](https://www.materiasescolares.com.br/wp-content/uploads/2024/01/cena-do-filme-vidas-secas-direcao-de-nelson-pereira-dos-santos-1964-adaptacao-da-obra-de-graciliano-ramos-com-mesmo-nome.webp)
Alexandre e Outros Heróis (2013)
Filme que reúne duas obras do alagoano Graciliano Ramos: “O olho torto de Alexandre” e “A morte de Alexandre”. Sob direção de Luiz Fernando Carvalho.
Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976)
Tendo duas adaptações, sendo uma minissérie, a obra de George Amado conta a história de uma viúva que se casa novamente, mas não esquece o ex-marido, tendo visitas constantes do primeiro marido, o falecido.
![Imagem mostra uma captura de tela da cena do filme "Dona Flor e Seus Dois Maridos" de Jorge Amado.Na imagem, várias pessoas andando na rua no pelourinho em Salvador. Entre essas pessoas está a personagem principal Dona Flor andando na rua de mãos dadas com seus dois maridos.](https://www.materiasescolares.com.br/wp-content/uploads/2021/09/cena-iconica-do-filme-dona-flor-e-seus-dois-maridos.webp)
A Hora da Estrela (1986)
Dirigido por Suzana Amaral, o filme é adaptação da obra de Clarice Lispector com o mesmo nome, contando a história de Macabéa, imigrante nordestina que vive em São Paulo. Retrata a história de uma mulher sem ambições que vive em uma pensão pequena com mais três mulheres.
Outras manifestações artísticas
Expressionismo
Trata-se do movimento artístico com grande foco no subjetivo, no emocional humano. Ao contrário de outras escolas literárias, o expressionismo não possui data ou localização geográfica exata. Contudo, é consenso acreditar que tenha surgido na Alemanha em meados de 1905, com artistas Ernst Kirchne (1880 – 1938) e Erich Heckel (1883 – 1970) por isso outro nome dessa corrente seria “Expressionismo alemão”.
Edvard Munch, criador da obra mais importante do expressionismo chamada “O Grito”, e considerado o precursor do Expressionismo, devido à grande carga emocional em suas obras.
![Pintura "O Grito" de Edvard Munch, 1893.A pintura mostra de forma abstrata e deformada um céu alaranjado como um por do sol, um lago ao fundo com alguns barcos, e uma pessoa em cima de uma ponte de madeira de costa para o lago, com as mãos na lateral da cabeça gritando. Ela está sendo seguida por duas pessoas, aparentemente dois homens.](https://www.materiasescolares.com.br/wp-content/uploads/2024/01/pintura-o-grito-de-edvard-munch-1893-807x1024.webp)
Outro artista de destaque é Vicent van Gogh, fazendo parte do movimento Pós-Impressionismo. Ficou conhecido por ter sérios problemas com depressão, bebida, tendo cortado a própria orelha e bebido tinta com solvente.
!["Noite Estrelada" (1889), Vicent Van Gogh. Pintada durante a estadia do pintor na instituição após cortar a própria orelha.A imagem mostra um céu estrelado, uma lua crescente, uma árvore em primeiro plano, e ao fundo moradias e montanhas de uma cidade. Pintada de forma deformada.](https://www.materiasescolares.com.br/wp-content/uploads/2024/01/noite-estrelada-1889-vicent-van-gogh-pintada-durante-a-estadia-do-pintor-na-instituicao-apos-cortar-a-propria-orelha-65a1a5bddfb32-1024x810.webp)
O movimento Expressionista aparece como contrário ao movimento Impressionista, durando às duas primeiras décadas do século XX. No Brasil, obras de Cândido Portinari (1903 – 1962) destacam-se com seus retratos voltados para a miséria do povo nordestino.
Outros nomes são:
- Oswaldo Goeldi (1895 – 1961);
- Lasar Segall (1891 – 1957).
Muito além da pintura, a arquitetura expressionista utilizava novos materiais, como tijolo, aço ou vidro. Já nas esculturas era comum ver a distorção e o exagero nas formas. Na literatura há o retrato do indivíduo que sofre repressão social, familiar e religiosa, além de retratar a guerra, a insanidade e o amor. Nos cinemas, os cenários eram melancólicos, com roteiros pessimistas e com ênfase no psicológico das personagens.
Dadaísmo
Originário em 1961 em Zurique, durante a Primeira Guerra Mundial, por jovens franceses e alemães que teriam sido convocados para guerra caso estivessem em seu país de origem. O movimento teve como objetivo retratar as decepções dos fundadores em relação à ciência, religião e filosofia, que teriam falhado em evitar a destruição europeia.
O intuito do Dadaísmo é desprender-se das amarras racionais e trabalhar de forma mais “automática”, defendendo o absurdo e o caos, agindo como protesto contra a inevitável guerra. Apesar de 1922 ser considerado o ano final do dadaísmo, sua influência ainda é vista em obras posteriormente.
Na França, muitos de seus protagonistas fazem parte do surrealismo. Nos Estados Unidos, na década de 1950, artistas como Robert Rauschenberg, Jasper Johns e Louise Nevelson ocuparam certas direções no chamado movimento Neodada.
A estética do movimento é subversiva, que nega e destrói todas as formas de arte por meio de apelos sistemáticos ao arbitrário e absurdo; ironia e crítica implacável da sociedade capitalista, niilismo destrutivo e anarquista; abolir a lógica, hierarquia, profetas, passado e futuro.
Alguns artistas notórios do Dadaísmo são:
- Marchel Duchamp (1887 – 1968), que abriu caminho para movimentos como a Pop Art e a Op Art. Pegava objetos escolhidos aleatoriamente, fazia leves modificações, dava um título e adquiria a condição de obra de arte;
- Man Ray (1890 – 1976) fotógrafo que ganhou destaque ao misturar foto com pintura, causando confusão na forma como era apresentada.
No Brasil, o Dadaísmo teve destaque na literatura, sendo exposto junto com os primeiros anos do Modernismo. O escritor Mário de Andrade foi percursor do movimento Modernista no país e aproveitou para colocar características “sem sentido” em seus poemas, característica forte no Dadaísmo.
Surrealismo
Começou em 1924, com o Manifesto Surrealista, escrito por André Breton. Nele, era proposto uma estética a compreensão social, misturando a razão e o delírio. O surrealismo tem como característica a valorização do acaso e do inesperado, agir sem pensar, a colagem e os objetos com elementos não pertencentes a eles naturalmente.
Além de André Breton, outro artista de destaque do Surrealismo é o espanhol Salvador Dalí. Excêntrico, construía cenários, onde o indivíduo pode literalmente entrar na obra de arte surrealista.
![Sonho causado pelo voo de uma abelha em torno de uma romã um segundo antes de acordar, por Salvador Dalí (1944).A imagem mostra uma mulher dormindo, aparentemente sonhando.](https://www.materiasescolares.com.br/wp-content/uploads/2024/01/sonho-causado-pelo-voo-de-uma-abelha-em-torno-de-uma-roma-um-segundo-antes-de-acordar-por-salvador-dali-1944-65a1a9ca360cb-811x1024.webp)
No Brasil, o Surrealismo andou junto com o Modernismo, tendo como grande representante a Tarsila do Amaral e o escritor Ismael Nery, onde eram incorporados a cultura europeia com elementos nacionais.
Cubismo
Os percursores do Cubismo foram Pablo Picasso e Georges Braque. O movimento artístico que tinha como principal característica usar formas geométricas para expressar a natureza, desprendendo seus integrantes da realidade, no entanto, sem chegar de fato na abstração, pois as imagens permaneciam reconhecíveis.
Apesar de retratar natureza morta, autos-retratos ou objetos simples em pontos de vistas diferentes, o Cubismo assume duas linhas:
- Cubismo Analítico que observa, fragmenta e representa um determinado objeto;
- Cubismo Sintético, mais voltado as colagens.
No Brasil, o Cubismo aparece depois da Semana de Arte Moderna, ganhando destaque. Entre os artistas brasileiros com traços cubistas em suas artes, pode-se citar:
- Tarsila do Amaral;
- Di Cavalcanti;
- Anita Malfatti.
Então é isso, aproveite para aprimorar seus conhecimentos sobre a literatura brasileira lendo os artigos abaixo.
Vejam também:
Referências
ALMEIDA, DE. De anita ao museu. [s.l.] Editora Perspectiva, 1976. https://books.google.com.br/books?id=qIRdAAAAMAAJ
AMARAL, A. A. Artes plásticas na Semana de 22. [s.l.] Editora 34, 1998. https://books.google.com.br/books?id=LHuZVkUgsP8C
BOSI, A. História concisa da literatura brasileira. [s.l.] Cultrix, 1994. https://books.google.com.br/books?id=LG944ZsniVcC
BRITO, S. História do modernismo brasileiro: Antecedentes da semana de arte moderna. [s.l.] Civilização Brasileira, 1974. https://books.google.com.br/books?id=9Pa5wAEACAAJ
BRITO, R. Neoconcretismo: vértice e ruptura do projeto construtivo brasileiro. [s.l.] Cosac & Naify Edic̦ões, 1999. https://books.google.com.br/books?id=SF_Lun3wj-wC